sexta-feira, 20 de março de 2015

A Primavera e um prado florido no Jardim Botânico da Ajuda



Hoje é um daqueles dias em que temos "material" que justificaria pelo menos três entradas neste blogue. só o não fazemos porque não convém abusar da paciência de quem nos segue, pelo que vamos sintetizar e fazer um "três em um".

Há um ano atrás, ou 365 dias atrás ou, ainda, se preferirmos, 930 milhões de quilómetros atrás, assinalávamos o primeiro dia da Primavera de 2014 e partilhávamos pela primeira vez o nosso logotipo.

Um ano depois e com 365 voltas dadas, temos o privilégio de ainda cá estarmos para poder assinalar convenientemente mais um equinócio de primavera, cujo momento exacto ocorre hoje, dia 20 de Março, às 22.15. Como gostamos e já vai sendo nosso hábito, aproveitamos o momento para arrumar a imagem invernal que nos acompanhou nos últimos três meses  e substituí-la por outra mais em linha com a nova estação. Sobreviver a um Inverno é sempre motivo de festa e um campo florido de margaridas, estas da espécie Bellis perennis, são uma boa forma de a celebrar.

Por coincidência, ou talvez não - porque as coisas estão mesmo todas ligadas!, a Bellis perennis é uma das 12 espécies de flores que incluímos na mistura de sementes que preparámos para o prado florido  do jardim de flora autóctone - Jardim Olissiponense -  que o Jardim Botânico da Ajuda (JBA) está agora a instalar com a ajuda da Arqout/Ecojardim, da Sigmetum e ao qual também temos o prazer de estar associados.

Não escondemos o quanto nos satisfaz poderemos participar neste novo "jardim olissiponense". 

Para quem não o sabe, o Jardim Botânico da Ajuda é o primeiro Jardim Botânico feito em Portugal e o 15º de todo o mundo, Construído na segunda metade do séc. XVIII, em pleno iluminismo, destinado ao usufruto e lazer da família real mas já com claras preocupações cientificas e o desejo de albergar as raridades botânicas que chegavam à Europa vindas de outras latitudes, Muitas das árvores que hoje vemos nas ruas de Lisboa e de outras cidades, como os jacarandás, foram ali pela primeira vez "ensaiadas" às nossas condições climáticas.

O JBA, através do seu criador, o  italiano Domingo Vandelli,  está ainda ligado á criação, pouco tempo depois, de um outro jardim que muito apreciamos e que hoje faz parte do nosso património que também já é reconhecido como sendo da Humanidade: o Jardim Botânico de Coimbra.

Porém, apesar dos seus duzentos e muitos anos e de ser um jardim magnífico com todas as razões para ser frequentemente visitado, não é um jardim cristalizado no tempo. Pelo contrário. Este jardim de flora autóctone portuguesa que agora se instala, bem como o jardim dos aromas criado há já alguns anos são prova disso e acompanham o que os outros jardins botânicos da Europa também fazem há algum tempo: dedicar uma atenção cada vez maior para a flora nativa. sem descurar as colecções exóticas que estiveram na  sua origem e que hoje são exemplares monumentais.

Para terminar, e porque nunca é de mais assinalar, celebra-se amanhã, dia 21 de Março o dia mundial da Floresta e da Árvore. Como é de tradição estão agendadas por todo o país acções de plantação de árvores, muitas delas envolvendo escolas. Não é definitivamente a melhor altura para por árvores na terra e o mais provável é que poucas sobrevivam,

Mas não é completo desperdício de energia pois  contribui para que mais e mais pessoas se seduzam pelo exercício. Daqui a uns anos e quando forem mais velhos muitos dos que amanhã plantarem árvores  vão perceber que a boa altura para plantar árvores na nossa latitude é mesmo em Outubro-Dezembro. Porém, o mais importante fica já feito: saberão como plantar um ser-vivo!


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