quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Capuchinhas


Nem só de flora autóctone se fazem as sementes de Portugal. E nessa perspectiva, apesar da nossa preferência pelo que evoluiu naturalmente no nosso território, gostamos também de outras espécies que sendo oriundas de outras latitudes há muito que foram introduzidas tendo-se assilvestrado um pouco por todo o país.

Esta é uma questão que suscita discussões apaixonadas e para muitos, não sendo "nossa" deveria ser irradiada e proscrita. Mas na nossa perspectiva esse não pode ser o caminho. É certo que a introdução de espécies de outras paragens podem causar graves problemas ambientais pelo seu comportamento invasor - veja-se o exemplo das acácias em muitas das nossas serras. Mas pretender um regresso ao paraíso original seria, no limite do absurdo, tentar anular os efeitos de milhares de anos de migrações humanas.

E se hoje em dia metade da alimentação humana se faz com alimentos provenientes de todos os cantos do mundo porque não tirar partido de uma espécie que se assilvestrou e que, por acaso, até tem inegáveis qualidades e aplicações diversas?

Das várias espécies que estão nestas condições, destacamos as capuchinhas (Tropaeolum majus). Ou chagas, como também são conhecidas ou agrião de jardim como é denominada pelos ingleses. 

Mais não fosse pelo colorido das suas flores, de várias matizes de amarelo, laranja e vermelho, razões não faltam para se querer ter esta planta por perto. As que destacamos  hoje é a possibilidade de utilizar as suas pétalas em saladas. Além de decorativas possuem um característico travo amargo, próximo do sabor a agrião, e  com elevados teores de vitamina C.

Mas há outras aplicações. As folhas mais jovens também são comestíveis e as próprias sementes, se colhidas jovens e maceradas em vinagre, são uns bons pickles!

Referência por fim às aplicações medicinais que, de acordo com Miguel Boieiro no seu livro "Plantas para curar e para comer", são mais que muitas indo desde a sua acção antibiótica. activadora da circulação sanguínea, desinfectante, fungicida, entre outras.

Sobre as condições necessárias que requer para prosperar de notar apenas, como referíamos AQUI, que gosta de solos bem húmidos, drenados e expostos ao sol. Dando-lhe isto não são precisos mais cuidados e é possível ter capuchinhas à mão seja na varanda, num vaso ou no quintal.

Sem comentários:

Enviar um comentário